Para as empresas, é essencial a adoção de práticas de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) mais eficientes. Afinal, garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável é uma responsabilidade essencial para qualquer organização. Neste contexto, as doenças ocupacionais podem despertar preocupação em qualquer gestor de RH ou empresário.
Mas como proteger seus colaboradores e cumprir as Normas Regulamentadoras sem comprometer a produtividade? A fim de responder essa pergunta, no artigo de hoje, mergulharemos profundamente no tema, desvendando as principais ameaças à saúde dos trabalhadores.
Assim, vamos explorar as principais doenças ocupacionais, suas causas e, mais importante, estratégias para preveni-las. A cada parágrafo, você descobrirá informações cruciais que te ajudarão a tomar decisões informadas e a promover um ambiente de trabalho mais saudável e seguro.
O que são doenças ocupacionais?
As doenças ocupacionais englobam todo e qualquer dano à saúde que seja clinicamente diagnosticado e possua alguma relação, direta ou indireta, ao trabalho em si e às peculiaridades da atividade laboral.
Em outras palavras, são condições que podem ser adquiridas ou desencadeadas pelas funções exercidas pelo indivíduo, manifestando-se de formas variadas.
A Lei nº 8.213/91, de 24 de julho de 1991, equipara as doenças ocupacionais a acidentes de trabalho, conforme disposto no Art. 20:
“Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.”
E quais são as doenças ocupacionais mais comuns?
As doenças ocupacionais mais comuns variam de acordo com o tipo de atividade, o setor econômico, a região geográfica e o perfil dos trabalhadores. No entanto, alguns estudos apontam que as mais frequentes no Brasil são:
LER/DORT
Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são problemas frequentes no ambiente de trabalho, incluindo tendinites, tenossinovites e lesões no ombro.
Suas principais origens estão ligadas a movimentos repetitivos, posturas inadequadas e pressão psicológica. Para prevenir esses problemas, é fundamental ajustar o mobiliário, reduzir a repetição de tarefas, implementar pausas regulares e incluir exercícios preparatórios e compensatórios.
Além disso, é importante estabelecer metas, promover boas relações interpessoais e criar clareza nas expectativas profissionais. Programas que incentivem a atividade física regular e a hidratação também desempenham um papel crucial na prevenção.
Dorsalgias
Dorsalgias, incluindo hérnias de disco e problemas na coluna, são comuns no ambiente de trabalho pro conta de movimentos repetitivos, levantamento de pesos, posturas inadequadas e fatores como obesidade e sedentarismo.
Para evitar esses transtornos, é necessário adaptar o mobiliário e os equipamentos, dividir as cargas e reduzir a velocidade das tarefas. Novamente, pausas e exercícios preparatórios e compensatórios são essenciais.
Além disso, promover educação alimentar e atividades físicas regulares é vital para a prevenção.
Transtornos mentais
Os transtornos mentais, como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, frequentemente resultam de alta demanda no trabalho, expectativas inalcançáveis, monotonia, percepção de falta de importância no trabalho, violência no ambiente laboral ou momentos súbitos de alto estresse.
Para preveni-los, é fundamental estabelecer metas realistas, melhorar a comunicação, reconhecer o valor do trabalho e implementar programas de prevenção da violência em atividades de alto risco.
Apoio e acompanhamento para profissionais expostos a violência ou estresse agudo são medidas importantes, especialmente para aqueles que lidam constantemente com o sofrimento humano de terceiros.
Transtornos das articulações
Já os transtornos das articulações têm relação com posturas inadequadas, movimentos repetitivos e, em alguns casos, obesidade e sedentarismo. A prevenção ocorre através da adequação do mobiliário, redução da necessidade de esforço repetitivo e implementação de pausas e exercícios preparatórios e compensatórios.
Novamente, a definição de metas adequadas e a promoção de boas relações interpessoais são essenciais para evitar esses problemas. Além disso, programas de incentivo à prática regular de atividades físicas e à ingestão frequente de líquidos contribuem para a prevenção.
Varizes nos membros inferiores
Varizes nos membros inferiores podem ocorrer devido ao trabalho prolongado em pé ou sentado com pouca movimentação, bem como à obesidade e ao sedentarismo.
Prevenir esses transtornos requer uma análise ergonômica das tarefas, ajustando o mobiliário e permitindo alternância de posturas. Exercícios também são importantes.
Além disso, programas que incentivem a educação alimentar e a prática regular de atividades físicas de intensidade moderada são fundamentais para evitar varizes.
Transtornos auditivos
Transtornos auditivos, principalmente perda auditiva, são geralmente causados pela exposição a ruídos e pelo uso de produtos químicos, como solventes. Para prevenir esses problemas, é fundamental implementar medidas de proteção coletiva, como o isolamento das fontes de ruído.
Além disso, o uso de protetores auditivos e a ventilação exaustora são complementares. Para aqueles que trabalham com produtos químicos, o uso de máscaras de proteção específicas também é recomendado. A prevenção desses transtornos é crucial para garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
Quais são os benefícios de prevenir as doenças ocupacionais?
Prevenir as doenças ocupacionais traz benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Alguns desses benefícios são:
- Melhoria da saúde física e mental dos trabalhadores;
- Redução dos custos com afastamentos, indenizações e aposentadorias por invalidez;
- Aumento da produtividade, da qualidade e da competitividade;
- Melhoria do clima organizacional, da motivação e da satisfação dos trabalhadores;
- Fortalecimento da imagem e da reputação da empresa;
- Cumprimento das obrigações legais e éticas.
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